Postais Barrô

Picasa SlideshowPicasa Web AlbumsFullscreen

30/10/2007

estreia

Bem, para agradecer o convite algum dia teria de sair o primeiro post...

A primeira vez que li este texto já foi à muitos anos. O Tejo não me dizia ainda coisa nenhuma, Fernando Pessoa era só um poeta e Alberto Caeiro um heterónimo - que eu não sabia exactamente o que era - mas o Cértima já eu conhecia bem. Alberto Caeiro poderia não o saber, mas quando escreveu isto estava a falar do nosso rio.

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá está,
A memória das naus.

O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha ladeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontraram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Alberto Caeiro
O Guardador de Rebanhos.

3 comentários:

Blimunda disse...

E que grande estreia rph? Bem vindo ao clube dos poetas!

Mofina disse...

Isso mesmo e venham mais...

O CBB também não é único, mas é da minha terra!

V.C. disse...

Boa rph! Eu lembro-me deste texto no livro da escola! VOLTA SEMPRE!!