Bem, para agradecer o convite algum dia teria de sair o primeiro post...
A primeira vez que li este texto já foi à muitos anos. O Tejo não me dizia ainda coisa nenhuma, Fernando Pessoa era só um poeta e Alberto Caeiro um heterónimo - que eu não sabia exactamente o que era - mas o Cértima já eu conhecia bem. Alberto Caeiro poderia não o saber, mas quando escreveu isto estava a falar do nosso rio.
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha ladeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontraram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
Alberto Caeiro
O Guardador de Rebanhos.
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3 comentários:
E que grande estreia rph? Bem vindo ao clube dos poetas!
Isso mesmo e venham mais...
O CBB também não é único, mas é da minha terra!
Boa rph! Eu lembro-me deste texto no livro da escola! VOLTA SEMPRE!!
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