Postais Barrô

Picasa SlideshowPicasa Web AlbumsFullscreen

30/09/2007

ALMAS PENADAS

ALMAS PENADAS, LOBIS-HOMENS E OUTROS MEDOS

O mistério sempre envolveu antigas lendas que a imaginação e crendice populares, aliadas ao medo do transcendental, se encarre-garam de pintar com as mais horríveis cores. E aí tínhamos as almas penadas que vagueavam por este mundo, porque nem o Divino nem o Demo as queriam no descanso ou no fogo do seu eterno além, quando deste vale de lágrimas se ausentaram e, por isso, atormentavam as pessoas com os barulhos nocturnos nas suas habitações, com os pesadelos sobre os seus corpos, com as visões fantasmagóricas dos seus sonhos, com toda a espécie de males e, até, para lhes arrebatar as próprias almas. Era preciso correr a mandá-las para o mar acolhado, pois aí não atormentariam mais ninguém.
Por tal motivo não admira que os nossos antepassados, encharcados por medos e mais medos que sucessivas gerações lhe foram transmitindo, acreditassem que, algumas vezes, na Cheira (entre Barrô e Paradela) aparecia uma “porca com pintos” ou uma “galinha com leitões” ou que aos carroceiros, que noite dentro se ocupavam no transporte de cal ou carboiço da Pedralva, lhes aparecessem as bruxas em danças ou outros rituais do mal, para lhes desencanteirar os rodados dos carros de eixo preso e alvoroçar os animais.
Também havia os lobis-homens que povoavam o imaginário dos que há muito nos antecederam e que eram motivo das mais fantasiosas narrações com que os mais velhos amedrontavam os jovens aos serões ou outros encontros. E não os amedrontavam por maldade, mas sim porque também eles acreditavam nisso.
Ora vejamos esta, contada por pessoa que já a tinha recebido de sua mãe e esta da sua e por aí fora…
Numa povoação das nossas redondezas, morrera um lavrador rico. Os filhos herdaram muitas propriedades e bastante dinheiro. Passados alguns meses começou a constar que a alma do falecido andava a penar à espera que os herdeiros restituíssem, a muitos a quem ele prejudicou, uma boa parte da herança que, pelos vistos, não fora amealhada licitamente.
A alma do finado, segundo a crença, encarnara em diversos animais que apareciam aos transeuntes nas gândaras ou outros locais onde houve subtracção de bens que foram de fruição pública no tempo em que o lavrador era vivo. E vai daí, logo algumas pessoas afirmaram: uma, que viu um cavalo esquelético com manchas negras vaguear tristemente pelos pinhais; outra, que se deparou com um jumento branco gordo e anafado; outra ainda, que avistou um animal de forma esquisita, parecido com um cabrito que saltava à sua frente e se sumia repentinamente por encanto.

In Barrô ao longo dos Tempos

28/09/2007

Para os novos amigos...

Um Brasileiro manda esse texto para os novos amigos Portugueses de Barrô...

Desejo - Victor Hugo
Desejo primeiro, que você ame e,
que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer
e esquecendo não guarde mágoa.
Desejo pois, que não seja assim,
mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
que mesmo maus e inconseqüentes,
sejam corajosos e fiéis,
e que em pelo menos um deles
você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,
desejo ainda que você tenha inimigo.
Nem muitos, nem poucos,
mas na medida exata para que,
algumas vezes, você se interpele
a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles,
haja pelo menos um que seja justo,
para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
quando não restar mais nada,
essa utilidade seja suficiente
para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante;
não com os que erram poucos, porque isso é fácil,
mas com os que erram muito e irremediavelmente,
e que fazendo bom uso dessa tolerância,
você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você sendo jovem,
não amadureça depressa demais,
e que sendo maduro,
não insista em rejuvenescer
e que sendo velho
não se dedique ao desespero.
Por que cada idade tem o seu prazer e a sua dor,
e é preciso deixar que eles escorram entre nós.

Desejo que você seja triste;
não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia
descubra que o riso diário é bom;
o riso habitual é insosso
e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra,
com o máximo de urgência,
acima e a despeito de tudo,
que existem oprimidos,
injustiçados e infelizes,
e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,
alimente um cuco e ouça o João de Barro
erguer triunfante o seu canto matinal;
porque assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo que você plante uma semente,
por mais minúscula que seja,
e acompanhe o seu crescimento,
para que você saiba
de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
coloque um pouco dele na sua frente
e diga isso é meu,
só para que fique bem claro
quem é o dono de quem.

Desejo também
que nenhum dos seus afetos morra,
por ele e por você,
mas que se morrer,
você possa chorar sem se lamentar
e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo um homem,
tenha uma boa mulher,
e que sendo mulher,
tenha um bom homem
e que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte,
e quando estiverem exaustos e sorridentes,
ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,
não tenho nada mais a te desejar !!!

26/09/2007

"BARROEIROS NA NET"

Caros amigos: não percam estes três blog de Barroenses:
O 1º Imigrou e ninguêm o vê por cá...a patroa obriga-o a ir sempre, sempre, sempre para a serra. Talvez um dia os filhos venham mais vezes http://questao-dos-universais.blogspot.com/
O segundo deu um salto para uma aldeia vizinha, pensando que era uma cidade. Enganou-se e viu que os mariolas comem com o prato na gaveta. Então semanalmente vem "mamar" e beber uns canecos com os velhotes da sua idade para respeitar as raizes:http://poder-de-encaixe.blogspot.com/
O terceiro, sempre fiel às origens é uma cabeça pensante, poeta e escritor esmerado que apesar de se dizer dorminhoco andam bem acordado:http://o-murmurar-das-pedras.blogspot.com/
Não percam que a coisa promete!!

25/09/2007

AO GRANDE AVÔ CARDOSO

Fez agora 27 anos que faleceu o meu querido amigo avô Cardoso. Só Deus e ele sabem quanto o admirava. A sua sabedoria, a sua lealdade, o seu amor a Barrô, o seu espirito comunitário são ainda hoja as minhas grandes referências! Que Deus o guarde e que me continue a dar força. Aqui vai a minha homenagem:
ANTÓNIO DA CUNHA CARDOSO

Primogénito de uma família de oito irmãos – os Cardosos – filhos de Anacleto José Cardoso e D. Emília de Oliveira, nasceu em 2 de Novembro de 1899 e casou com D. Margarida Rodrigues da Con-ceição em 28 de Abril de 1926 . Faleceu em 22 de Setembro de 1980.
Foi pai de Fernando e Jaime Cunha da Conceição Cardoso e de Maria Lisete, Maria Augusta e Maria da Glória da Conceição Cardoso.
Excelente conversador, era um homem jovial e honesto, tendo exercido, com competência, as profissões de alfaiate e barbeiro, com mais gosto por esta última que era a que lhe proporcionava mais contactos.
Talvez esta preferência se justificasse pelos encontros, aos sábados e domingos, com a avençada clientela que à sua barbearia se dirigia para o corte de cabelo ou da barba. Aí falava-se de tudo, ou não fossem, e ainda sejam, as barbearias publicamente reconhecidas como locais onde os homens “desenferrujavam a língua”. Trocavam-se impressões sobre os trabalhos agrícolas, sobretudo a oportunidade das sementeiras, podas, empas, cavas, colheitas cerealíferas, vindimas e trabalhos da adega, etc., ou as coisas públicas da terra, das suas carências, do mau estado dos caminhos e do martírio que era transitar por ele, nos seus afazeres quotidianos.
Aproveitavam também para atirar uns ditotes uns aos outros, sobre os mais variados temas, o que provocava grandes risotas.
Era um ponto de encontro de agrado geral.
Contador de histórias e anedotas, tinha sempre uma apropriada para cada ocasião.
Apaixonado pelo teatro, foi actor amador brilhante e ensaiador de muitas peças teatrais realizadas, ao tempo, em alpendres, sobre palcos improvisados ou na via pública – os entremeses –, onde sobressaiu, entre muitas, a obra “Um Erro Judicial”, cujo êxito foi retumbante.
Presidente e membro, em vários mandatos, da Junta de Freguesia; depositário da caixa do correio; correspondente local dos jornais “O Século” e “Diário de Notícias”; componente de vários Julgados de Paz, que nessa época existiam para resolver os conflitos entra as pessoas pela via do diálogo e concertação; foram alguns cargos que exerceu em prol da freguesia.
Mas não pode ficar sem relevo especial, o seu contributo no combate ao analfabetismo, com a colaboração que deu nos cursos de instrução de adultos, ao tempo instituídos.
A sua honestidade e rectidão, fez dele um homem considerado e respeitado em toda a freguesia, a ponto de, muitas vezes, ser procurado por industriais importantes desta terra para zelar pelas suas empresas, nas ausências a que eram forçados por via da gestão dos negócios.
in Barrô ao longo dos tempos

22/09/2007

COMO NASCEU O C.C.B.


HISTORIANDO OS PRIMEIROS NOVE ANOS DO
CENTRO CULTURAL DE BARRÔ


“Não podemos falar desta Instituição sem, primeiramente, prestar justa homenagem ao seu fundador, Pedro Henriques T. Miranda.
Na verdade, este homem de altos recursos intelectuais, inconformado com os precários meios sociais que a freguesia oferecia aos seus jovens, lembra-se um dia, exactamente em 1 de Janeiro de 1963, de criar uma colectividade a que foi dado o nome de Centro Cultural de Barrô.
Esta Associação, de carácter recreativo e cultural, visava, essencialmente, retirar os jovens dos maus vícios e estimulá-los para uma vida melhor.
Não foi tarefa fácil conseguir aquilo que tanto ansiava. Mas dadas as suas altas qualidades cívicas e de lutador, coadjudado por alguns colaboradores (Jaime Caldeira, Raúl Martins, Amaro Conceição e outros de que não nos lembramos, que formaram a primeira direcção), foi trazendo para esta casa boa parte da juventude um tanto adormecida.
Numa pequena sala sita na Rua de Cima, que alugara, e, mais tarde, numa outra que fica no topo da mesma rua, ali se instalou por largos meses. Com apenas 2 escassas dezenas de associados, as dificuldades de subsistência eram notórias. Mas, mais empréstimo dali, subsídio dacolá, lá iam vivendo. Com uma modesta televisão, uma pequena biblioteca com livros oferecidos, e outras diversões que, a muito custo, conseguem adquirir, iam-se recreando.
Dada a exiguidade desta sede, face à grande afluência de novos associados, cedo se verificou da carência de uma nova casa com melhores condições.
Reunindo uma assembleia geral, resolveu-se, por unanimidade, transportar a sede para outro edifício de melhores condições e mais central, exactamente no Largo Dr. Breda, onde, presentemente, ainda se encontra. Esta mudança foi operada em Janeiro de 1965.
Com melhores comodidades, o grande impulsionador começa a desenvolver todas as actividades previstas. É ele que forma uma secção de teatro, escutismo, música, etc, etc.. Desta casa imensas peças teatrais sairam e, algumas delas, ainda hoje são recordadas pelas gentes desta freguesia.
Já com máquina de projectar filmes, embora usada, cuja aquisição havia sido feita pelo Pedro, sem ter exigido qualquer importância adiantada, esta colectividade via-se assim mais enriquecida. Os filmes eram apresentados regularmente aos seus associados.
Depois de alguns anos de actividade, sempre superiormente conduzido, vê-se o C. C. B. privado do seu fundador, resolvendo este, em 1967, consciente da missão cumprida, enveredar por uma nova vida, indo radicar-se na África do Sul, onde se encontra presentemente.
Com o rude golpe da sua falta, a extinção desta tão meritória como necessária colectividade esteve iminente. Os débitos que a mesma tinha contraído, nomeadamente com a máquina de projectar, para a qual pouca ou nenhuma importância havia sido dada, eram, para além daquele factor, os motivos que mais pesavam.
Expondo em Assembleia Geral as suas pretensões, o presidente vê por parte dos associados uma firme vontade de continuar. E são eles que, voluntariamente, emprestam das suas economias para liquidação dos débitos mais prementes. Forma-se uma nova direcção de rapazes válidos e, assim, o grande fundador não deixa o seu trabalho de tanto tempo em mãos alheias.
Bons continuadores desta associação, os jovens que ainda hoje regem os destinos do Centro, têm dado grande incremento às diversas actividades que este mantém, além de terem, com a sua profícua acção, enriquecido o património da colectividade com uma máquina de café, frigorífico, televisão, ping-pong, discoteca, gira-discos e outros jogos culturais.
Possuem na sua sede uma sala para os espectadores, seus associados, assistirem aos programas de televisão e outras festas; uma sala de reuniões e palestras; uma sala de jogos e um bar com auto-serviço e aqui é de realçar o espírito cívico dos utentes do bar, pois que, servindo-se a si próprios, não se esquecem de pagar as despesas feitas de acordo com a tabela exposta, mostrando assim uma honestidade a toda a prova, adquirida, em muitos deles, no ambiente são do Centro.
Mantém secções de teatro, futebol, música e outras actividades culturais. A sua equipa de futebol tem dado a Barrô tardes de verdadeira glória, o que está atestado pelas taças expostas na sua sede.
Mas, nem tudo no Centro têm sido rosas, também houve os espinhos e estes eram lançados, em princípio, por pessoas de má formação que tudo fizeram para que esta obra da juventude não vingasse. No entanto, e devido ao carinho que a esta foram dispensando as individualidades da terra, aquelas, paulatinamente, foram-se convencendo da utilidade da obra, que actualmente conta com o apoio de todos, inclusivamente das entidades oficiais. A confirmar a nossa afirmação está o facto de o Senhor Governador Civil do distrito, numa recente visita particular a esta terra ter oferecido à instituição, a importância de 10 000$00.
A Junta de Freguesia local, lavrou em acta, a cedência gratuita do salão da sua sede, para dois espectáculos mensais, que porventura o Centro queira exibir; as pessoas de prestígio da terra, honram esta colectividade, com as suas dádivas e com a sua presença e estimulo, além de serem seus associados. Enfim, é esta casa uma porta aberta a todos os jovens e adultos que queiram viver num ambiente são, as suas horas de ócio.
Actualmente o Centro conta com cerca de uma centena de associados, que pagam uma quota mensal de 10$00. Não serão muitos, mas são dos bons.
Quanto a perspectivas para o futuro, tem a direcção já assegurada a compra de um projector de filmes de 18 mm, cujo custo ascende a mais de 20 000$00. Este projector vem substituir o antigo, de que atrás falámos.
Propõe-se ainda incrementar mais a sua secção de futebol com a compra de novos equipamentos e bolas, lançar uma campanha para angariação de sócios e arranjar uma sede maior, que possa servir melhor os seus associados e os fins a que se tem votado.
A sua direcção actual, que é a mesma desde 1967, é constituída por Abel Cunha dos Santos (presidente); Mário Rodrigues de Oliveira (tesoureiro) e André da Cunha Soares (secretário), além dos directores das diversas secções.”


in S. P. de 25/9/1971

21/09/2007

CROMOS DE BARRÔ---QUEM SE LEMBRA?!!

Entre as várias figuras típicas e episódios pitorescos de que nos lembramos, não resistimos à tentação de deixar para vós alguns deles. Poderão parecer coisas simples demais para figurarem aqui, mas, se reflectirdes bem, concluireis que não é só de coisas sérias e muito formais que a vida se faz, mas também de alegria e bom humor, tão necessários nos apreensivos tempos de hoje.
Então, aqui vai:
Duas pessoas muito divertidas, o Abílio “Rato” e o “Mano”, invariavelmente todos os domingos, à tarde, davam a volta por algumas ruas da freguesia, tocando bombo, rufando caixa e animando o povo para que esquecesse as agruras da dura vida de então.
Quem verdadeiramente exultava de alegria era a garotada que rindo e saltando, de pé descalço, pois nesse tempo calçado era luxo só para alguns, não largava a dupla de tocadores enquanto se fizessem ouvir.

Outra figura de Barrô, ainda hoje citada, foi o Manelzinho, lavrador abastado, franco e muito engraçado. Rara era a pessoa sua conhecida, quer da terra ou de fora, que ao passar à sua porta não lhe oferecesse um copo de vinho na sua adega.
Certa vez um seu amigo, do vizinho lugar de Paradela, regressava do Vale do Grou com uma carrada de mato, num dia de grande calor. O Manelzinho, que habitualmente estava à janela, ao avistá-lo, convidou-o para ir à adega tomar um copito, o que ele aceitou de imediato já que estava cheio de calor, de sede e certamente com algum apetite.
Já na adega, o Manelzinho encheu o copo e deu-o ao amigo.
Como este não bebesse, perguntou-lhe porquê, ao que ele respondeu:
– “Estou habituado a pôr qualquer coisa na boca para beber”.
O Manelzinho de imediato chama a criada:
– “Ó Rosalina, traz cá o freio da égua para por na boca deste homem”.
O episódio ainda hoje é, por graça, contado na freguesia, apesar de, há muito, os dois terem deixado o número dos vivos.

Depois destes episódios pitorescos, vamos lembrar mais duas figuras, estas sim verdadeiramente típicas, daquelas que existem em toda a parte e que marcam as suas terras pela maneira jocosa e hilariante como vivem e agem.
Uma era o Mário de Barrô, o “Trórem”. Que ele até nem era natural desta freguesia, mas era daqui que dizia ser, e era assim que o conheciam por toda a região, que percorria a pé, principalmente para ir às festas e romarias, algumas a muitos quilómetros de distância.
O seu andamento era tão rápido, que nem os mais conceituados atletas da marcha fariam melhor.
Contou-nos um amigo músico, que há muitos anos, (talvez mais de 50), quando o Mário estava em plena forma física, a Banda de Travassô, que esse nosso amigo integrava, tinha um serviço em Vila Nova de Monsarros – Anadia, onde teriam de estar às 9 horas da manhã. Cedo ainda, ao passar com outros colegas, de bicicleta, pelo Carqueijo, encontraram o Mário em passo acelerado, como sempre.
Qual não foi o seu espanto quando, após a chegada ao local das festas e depois de beberem um copito para irem iniciar a arruada, vêm chegar o Mário, ofegante, mas no mesmo passo de gigante. Disse esse amigo, que o tempo de atraso em relação a eles, não terá sido superior a 20/30 minutos.
Com o entoar do seu característico “Trórem”, chamava a atenção das pessoas das terras por onde passava, que diziam: – “lá vai o Mário de Barrô”.

Outra figura típica era o Saúl Marques (conhecido por Saúl da Pessêga), pela sua vocação de polícia sinaleiro.
Quantos automobilistas, motociclistas, ciclistas e até peões ele não “ajudou” a desenvencilhar do trânsito, no cruzamento do Santo António?... E ai de quem não obedecesse à sua sinalética! Ouvia logo a adequada repreensão. Claro que um copito ajudava a desempenhar melhor a sua missão…

Estas típicas figuras de Barrô ( e mais haveria a mencionar) e de todas as outras terras onde existiam, e ainda existem – quem não se lembra dos Chetas, do Julinho, do Bibi, do Magina e outros mais, verdadeiros “ex-libris” de Águeda – contribuiam muito para que as pessoas fossem mais alegres, mais despreocupadas e esquecessem as agruras desta vida, por vezes tão difícil.
Sem elas, a sociedade seria mais tristonha e sorumbática.


In «Barrô ao longo dos tempos»

PARA O BRT




BARRÔ SEMPRE EM DEFESA DA PÁTRIA!!

EM DEFESA DA PÁTRIA

Ao longo da sua história, Barrô exaltou-se através dos seus filhos, principalmente dos que atingiram preponderância nacional. Figueiredos, Pereiras, Pintos, Corte-Real, Queiroz, Nápoles, Matoso e outros de nobres linhagens que, por sucessivos casamentos, durante vários séculos, se foram unindo a fidalgos ou plebeus, todos se destacando no bairrismo e amor à sua terra. Nestas famílias um apelido, nobre, que se documenta muito frequentemente é o de Figueiredo, oriundo de antiquíssima vila, hoje Pinheiro da Bemposta. No seu brasão apresenta 5 folhas de figueira; e ele aí está em várias terras do nosso concelho.
O ramo Pinto, também muito preponderante em Barrô, era outro nobre apelido de famílias que se notabilizaram nesta região e no país, como, por exemplo, os Pintos da Casa de Além da Ponte-Águeda; o capitão-mor Pinto de Almeida, da Quinta do Morangal-Piedade, que hospedou, na outra sua casa de Mesa do Vouga o duque de Wellington, na vigília do ataque às tropas napoleónicas.
O ramo Pereira também como os Pintos e Figueiredos, ascendente da família do Doutor Breda, estava ligado a D. Nuno Álvares Pereira e aos Condes da Feira, cujas armas são bem conhecidas.
Foi através destas ascendências e descendências, de que nos orgulhamos, que filhos de Barrô, não só daquelas linhagens mas também simples militares, estiveram na guerra da Restauração que, com contratempos, terminou em glória, depois de tão renhida como prolongada luta. Ficou, neste período, tragicamente negativa não só para Barrô, como para boa parte das freguesias vizinhas, a batalha do Montijo, travada em 26 de Maio de 1644. Tropas inexperientes, perante outras bem adestradas na arte da guerra, fizeram algumas baixas entre os soldados desta terra. Da secção de óbitos do cartório paroquial consta: “faleceram na batalha que os portugueses tiveram com os castelhanos nos campos de Montijo (Espanha): Paulo, f.º de António Francisco, alfaiate; Manuel, f.º de… Marques; Domingos, f.º de João Dias Beirão; Manuel, f.º de João Mateus; João, f.º de Pêro Jorge Loureiro. Ao todo, nesta primeira batalha, 5 elementos. De Aguada de Baixo caiu igual número. Já os inimigos se banqueteavam com as pilhagens, quando um oficial de cavalaria, reunindo cerca de quarenta elementos da mesma arma, num rasgo próprio de génio militar, investe tão inergicamente que desbarata completamente as forças inimigas. Depois, juntando os soldados dispersos e os feridos, permanece três dias no campo de batalha em sinal de vitória. Antes, em 1637, nesta mesma guerra, também já lá haviam falecido três soldados na praça de Moura e posteriormente, em 1657, mais um: Domingos João, soldado pago”, etc., etc..
in »Barrô ao longo dos tempos»

Olelas!

Perde-se no tempo, mas não da memória, o dito de que EM BARRÔ, DE UM CENTO, HÁ UM BOM! Ora, sabendo-se que no ano de 2001 a população era de 2046 habitantes, toca a fazer as contas.
Quem são? Cá prà mim, são 20 BOAS, MUITO BOAS... e um 0,46 menos mau!

20/09/2007



"Toda essa história e vivência de duas vilas agrárias romanas – Barrô e Aguada – se irmanaram pelo couto, em que mais tarde se constituíram também dois concelhos, providos de forais manuelinos.Com tudo isto, Barrô teve Câmara, (JUNTA À PADARIA DA BEATRIZ) Celeiro do concelho,(CASA VELHA NO "AIDO" DO ALBANO MENÃ- Avô dos Bezerras) Cadeia, (JUNTO À PALMEIRA NO LARGO DA PADARIA DA BEATRIZ) Curral do concelho (o pelourinho não foi possível descobri-lo, apesar de oito exemplares se documentarem na área do actual município de Águeda), juiz, procurador, vereadores, roda dos órfãos com seu juiz e rodeira, alcaide, monteiro, almotacé, notários, secretário da Câmara e Tribunal, porteiro, etc.."

Penso que seria interesante e importante descobrir vestigios e ou onde existiram todas estas coisas...

19/09/2007

BARRÔ NA WIKIPÉDIA



UM POUCO DE NÓS, QUEM SOMOS, QUANTOS SOMOS; DE ONDE VIMOS
AQUI

CRITÉRIOS

CRITÉRIOS Editoriais do Blog

Não queremos com este Blog fazer nada de especial nem de outro mundo, no entanto importa respeitar um determinado número de regras para que todos os colaboradores e visitantes possam estar com um único espírito: AMAR BARRÔ.
Assim importa:
1-Os conteúdos devem ter uma linguagem para todos;
2-As fotos postadas devem obedecer aos critérios “globais” ou seja de livre circulação e sem “bolinha vermelha”;
3- Os comentários estão abertos a todos os visitantes mas caso se entenda útil serão excluídos no mais curto espaço de tempo;
4- A temática a abordar no Blog pode e deve ser a mais variada possível, mas e em particular que importe aos Barroenses tais como:
a) estórias da nossa história
b) Actualidade (politica, desportiva, social, religiosa e outras)
c) Opiniões, criticas e sugestões sobre o que passa ao nosso redor;
d) A actualidade regional, nacional e internacional também é bem vinda;
5-Todos os colaboradores podem e devem postar. Se outro se quiserem juntar à ideia basta que solicitem o seu registo para: cvcardoso@sapo.pt
É nosso propósito ÚNICO levar o nome de Barrô aos quatro cantos do mundo, pelo que partilhem e colaborem neste NOSSO projecto.

site do «Paróquia de Barrô»

Caros amigos:
Como devem ter reparado o site do »paróquia» deu o pifo. Tal aconteceu porque o mesmo estava alojado num domínio gratuito. Ora esta empresa quando viu que o número de visitantes superou os 800.000 (é obra) entendeu suspender o domínio, pois era de borla. Com algum trabalho pelo meio procurámos resolver a questão da melhor forma e felizmente conseguimos uma empresa de Barrô (mais tarde eu digo) que nos vai oferecer o domínio e alojamento e resolvemos a questão de vez. Até lá o site está PROVISÓRIAMENTE alojado em:http://paroquiabarro.dyndns.org/.
Agradeço que passes esta informação ao maior número de pessoas possivel...pois Barrô é a terra amada!

18/09/2007

AMAR BARRÔ


Porque quem não ama as suas origens não sabe amar nada nem ninguém, aqui estamos a lançar um novo projecto. Em breve iremos editar os critérios deste Blog. Esperamos que muitos Barroenses se juntem a nós com ideias, críticas, alertas, sugestões e...
Lançamos já um desafio alguns amigos, esperamos que aceitem o convite...


Bem vindos à nova aventura!!...Barrô é a terra amada!!